domingo, 23 de janeiro de 2011


Paranóia minha, coisa minha. Ficar preocupada e atenta o tempo todo, nunca ter o coração tranquilo. Sempre achar que nada está bom, sempre reclamar de tudo. Se este é o pior jeito de se viver por que eu continuo sendo assim? Por que não há mudanças no meu próprio jeito de ser se eu sinto que não me faz bem ser assim? O maior poder que temos é o de fazer decisões, mas nem isso eu sei fazer pra mim. Estou com medo do que há por vir...


Cansada de tudo que começa. Hoje eu queria uma coisa que continuasse...


"Algo está sempre por acontecer. O imprevisto me fascina". (Clarice Lispector)

sábado, 8 de janeiro de 2011

Oh yeah, there's so much to dream about...

Pode ser que daqui a um tempo não seja mais tão assim. Pelas estatísticas é até natural que não seja. Mas por enquanto está sendo. E isso é perfeito. A vida vai seguindo muito feliz. Se amanhã não for mais como é, para quê antecipar hoje esse amanhã? Por hoje basta. E esse hoje bastará enquanto for hoje. Ademais, vai chegar um dia em que o amanhã terá nome de hoje. E quem sabe não permaneceremos assim? Seja para contrariar as estatísticas, seja porque não pode ser diferente. Porque tem coisa que tem que ser e pronto. Não adianta querer mudar. E ainda bem que existe esse tipo de coisa.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Dias sem paz, de espera.

À espera de algo maior que a liberdade, algo que ainda não tem nome, como já dizia Lispector.

Existe uma palavra que eu gosto muito, e essa palavra é LIBERDADE. Independente se eu a tenho ou não, sempre gostei da palavra, do significado, da entonação que ela dá. Se a gente for parar pra pensar um pouco, uma pessoa nunca consegue estar totalmente livre. Algo sempre vai nos prender. Eu poderia dar vários exemplos de experiência própria aqui, mas não preciso entrar nesse mérito. E, na maioria das vezes, o que mais vai me prender é o medo. Acho que tenho medo de ser livre, de me desprender do que sempre esteve grudado – odeio esta palavra. O medo do que eu desconheço sempre me acompanhou. A angústia de não saber o que me espera a cada piscar de olhos, a cada passo, a cada suspiro que eu dou. Porque é sempre assim, ou acontece algo muito bom ou de repente, vem alguma bomba e desmorona tudo de vez. Agora um novo ano chega e com ele, a vontade de querer fazer, de querer planejar, de querer concretizar vários desejos. Juntos com todos esses planos e sonhos vem o medo do fracasso. Colocar a coragem em primeiro lugar e ir de encontro à realização dos meus planos nunca é fácil. Também não gosto do verbo “ir”... Ir para o primeiro dia de aula na escola, na faculdade, no trabalho. Minha dificuldade é intrínseca ao verbo ir, é real. Ir, deixar ir, deixar-se ir. Tudo remete a movimento, rotatividade, mudança. E como as mudanças fazem a gente se endurecer atrás do escudo natural, o medo que ela desperta é o que faz dela tão poderosa. O que não se teme não exerce poder nenhum, afinal. Ir é libertar-se e pra se libertar é necessário abrir algumas feridas, alguns cortes, para que tudo o que tem vida possa sair e te transformar em outra. Ir é saber que algumas coisas vão mudar, mas que ainda assim você tem todas as ferramentas pra continuar fazendo o que sempre fez. Ir é saber reconhecer a essência das coisas e como tudo isso pode se relacionar com o seu eu, ido e mudado. Ir é apostar e perder. Ou ganhar. E, por isso, o medo vem.
O ir é implacável: cedo ou tarde todos vamos. E quando essa hora chegar, você provavelmente não vai estar preparado. E vai sofrer e vai doer. São as feridas do ir cravando em você o que de mais importante você vai levar. Se jogar, acreditando ou não em alguma coisa, é dom de poucos. Deixar-se ir e ver que tudo o que te espera vai ser ainda melhor do que o que te prende a algum lugar pode ser um santo remédio pra dor do ir, mas pensar assim também é dom de poucos. Agora é eu olho no olho comigo mesma. Os cortes são grandes e é preciso renovação. Deixar tudo o que passou, mas levar as cicatrizes do ir. Agora o ir vem, te arrebenta no meio, mas você segue firme. Você vai seguir muito melhor. Recarregado, renovado. As feridas do ir podem te fazer bem. Na teoria isso é lindo, quero ver eu conseguir. Liberdade.
Ir quase nunca é bom.
Mas sem ir, como é que se chega a algum lugar?

sábado, 17 de julho de 2010

oi, quanto tempo!

sábado, 9:40 da manhã.

você estava usando este mesmo perfume naquele dia.
até esqueci que a hora do trabalho escoava, perdida minuto a minuto.
e eu escondendo o desejo de querer ficar ali, sentada, te ouvindo.
não queria ir embora, acho tão bom ver você sorrindo.

sobressalto de culpa.
franzo a testa e olho firme para a página do livro. tentando trabalhar.
inútil esforço.
você tirou minha concentração durante todo o resto do expediente.

domingo, 30 de maio de 2010

so many things, so little time.

  
O tempo está passando muito rápido...

Tantos dias querendo escrever aqui. Lembrando desse espacinho mas sem tempo suficiente para fazer o login e deixar os meus dedinhos se movimentarem loucamente em textos bobos e sem sentido. Se bem que eu escrevo o tempo todo, em qualquer lugar. Mas escrever aqui é diferente. Escrever aqui faz o desabafo ser um desabafo de verdade porque, de alguma forma, algum indíviduo pode ir clicando, clicando sem rumo e de repente, parar por aqui. Tá, por que alguém, neste vasto mundo cibernético, se interessaria em parar aqui? É, não sei. Mas hoje simplesmente quero escrever, ok? Estou com tempo pra você, querido blogger.

Escrever um pouco pelo menos, porque já faz tempo que não o faço mais. Eu escrevia mais. Sim, escrevia. Mas refletindo sobre isso, de alguma maneira, concluo que eu escrevia bem mais quando tinha muitos sonhos. Sonhos e devaneios. Outros sonhos, outros devaneios. Hoje, não há devaneios. Não há sonhos impossíveis. Aqueles sonhos de menina... Claro que eu ainda tenho sonhos, mas agora são mais reais. Pé no chão, sabe? Tá, nem tanto. Sou muito ambiciosa. Mas eu quero e vou conseguir. São planos, desejos, vontades, loucuras visando minhas futuras realizações pessoais e profissionais. Não vou entrar detalhes. Acredito em olho gordo e você pode ser um invejoso. Enfim, são sonhos vão se tornar realidade um dia. Basta minha força de vontade. Basta manter meu foco. E eu mantenho o foco sempre. Às vezes me acho tão besta por ter planos, por ter escrito todo meu futuro, por saber tudo o que quero fazer, tudo o que eu quero ser. De não 'deixar a vida me levar' . O pior é que ainda estou começando. Primeiros passos de infinitos deles. Faltam muitos. Não desanimo. Não consigo mudar essa mania de planejar tudo. Já tentei. Já tentei ser desleixada comigo mesma. Tentei deixar de ter agendas, de anotar todos meus passos e todos os passos que darei nas próximas cinco semanas, meses, anos. Não consigo. Sou um calendário ambulante de mim mesma.

Você pode pensar que isso é bom pra mim. Pode ser que seja, mas a desvantagem é dolorida: exijo demais de mim mesma o tempo todo. (Já falei 'mim mesma' trocentas vezes, eu sei, o texto é meu, e é sobre mim mesma, com licença.) Não suporto falhar. Não admito falhas em meus planos. Se algo der errado, não vou desistir, pelo contrário, vou lutar mais e fazendo isso, vou acabar me matando. Matando por dentro, sabe? Tenho medo. Medo de me tornar uma velha rancosa. Daquelas que adota uma criança só pra chamar de cachorra. E você não vai conseguir entender meu pensamento. Só sei que tudo precisa dar certo. Eu sou feliz agora, tudo está indo como o planejado, mas serei muito mais feliz à medida em que eu for me realizando aos poucos. 

Tudo tem seu tempo. Essas frases de bar são supremas, sério.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Não sei, mas...

eu gosto de escrever em todos os lugares. gosto de escrever sobre todas as coisas. não posso ver caneta, nem papel, começo a rabiscar e pensar e. palavras. o tempo todo. gosto de escrever em qualquer lugar, sobre qualquer coisa.

mas não gosto de escrever aqui.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

I think I lost you

A,

não sei se é saudade de você. porque eu nem sei realmente quem você é. sei que sinto uma falta estrondosa da sensação que você me fazia ter, das coisas que me ensinava, das fotos que gostava, das músicas que me mostrava, das palavras curtas e infinitas. eu tenho saudade de sentir isso de novo. e olha, você não é o primeiro. já disse isso mil vezes. houve dois casos estranhos na minha vida, ou normais demais na minha vida estranha. vocês vieram, me chacoalharam, me fizeram sentir viva e teceram uma amizade que eu nem sei onde foi parar. às vezes eu acho que sinto saudade de uma grande mentira. porque vocês desvendaram uma grande mentira, se mostraram uma grande mentira... mas eu sinto saudade daquilo, de novo.

sábado, 14 de novembro de 2009

This pain is just too real...


Este ano não tem sido muito justo comigo. Não que eu merecesse... Mas poxa. Nunca ninguém me avisou que perder uma pessoa amada fosse doer tanto. Fosse mudar tudo em volta. Assim, do nada. De um jeito tão cruel. Crueldade é a palavra. Não ter quem você ama por perto é cruel. Pior ainda pensar que você nunca mais vai poder ver essa pessoa. Pior ainda é quando você não se despediu dessa pessoa sem dizer o que queria ter dito. Não ter dito o que a pessoa gostaria de ter ouvido enquanto estava aqui faz doer ainda mais essa saudade. Não sinto culpa de não ter dito. Eu só acho que deveria ter dito. Se o tivesse feito, talvez a dor fosse menos pesada.

Eu perdi duas pessoas este ano. Primeiro foi meu Vô, pai da minha mãe. Em junho. Ele morava em Londrina e eu não o via com freqüência. Mas ele tava lá, eu não o via, mas eu sabia que ele estava lá. Se eu quisesse (e sempre queria) era só ir até ao telefone e pronto, ufa, eu ouvia a voz dele em poucos instantes. Isso confortava a ausência dele. Mas ele foi embora. E eu não pude dizer adeus. Como que eu ia imaginar que aquela vez que ele veio aqui no começo do ano iria ser a última vez em que eu ia ouvir aquela risada gostosa? Não tinha como saber... E pra falar a verdade, ainda nem acredito que ele se foi. Mas eu sei que se eu pegar o telefone e ligar pra ele, o telefone vai chamar pra sempre e não vai ter ninguém ali pra me atender.

E agora, neste último domingo, eu perdi meu outro Vô. Era uma pessoa muito especial pra mim. eu nem imagiva o quanto. Não era meu Vô de sangue. É o marido da minha Vó. Mas pra mim, é meu Vô e ponto final. De certa forma, sinto o sangue dele em mim. Desde quando nasci eu moro com ele. Era o meu Vovô. Eu jurava que ele era eterno. Jurava! Sempre tão forte, tão cheio de vida! Invencível. Não dá pra entender que é possível você ver uma pessoa bem num dia e, no dia seguinte, ver a pessoa no caixão. Dói. Dói muito. Convivi com ele minha vida toda. Nunca pensei que ele iria fazer tanta falta pra mim. Entrar nessa casa e não ver ele é horrível. É triste, é doloroso.

Vôzinho... Sinto falta de quando você chegava em casa dizendo que havia trazido pão de queijo pra mim. Sinto falta de você fazendo café. Sinto falta de você ali na sala, sentadinho no sofá. Sinto falta das suas piadas que eu não gostava de ouvir e que eu nunca achava graça, mas que eu faria qualquer coisa pra ouvir agora. Sinto falta dos elogios que você fazia pra mim e que eu não gostava de ouvir, mas queria tanto ouvir de novo. Ouvir mais uma vez que eu sou a neta mais linda do mundo, que você quer me ver sempre bem e que eu moro no seu coração. Sinto falta de ver você pra lá e cá com seu radinho encostado no ouvido... escutando suas músicas polonesas que tanto me irritavam e que não me deixavam estudar. E agora seu rádio está desligado e eu nem estou conseguindo estudar. Sinto falta da sua risada assistindo Chaves. Sério, você é a única pessoa no mundo que gostava de ver aquilo, né? Sinto falta de ver você ali no quintal, varrendo as folhas. Essa hora era bem quando eu estava saindo pra ir pra faculdade. Você parava de varrer e ia abrir o portão pra mim. “ Vai com Deus, bons estudos, minha filha”. E como dói lembrar de quando você dizia que queria ter forças pra viver e me ver formada! E eu sempre dizia que era bobeira que você ia me ver formada, claro! Porque não veria? Sinto falta de você me chamando pra jantar. Sinto falta de todas as suas reclamações. Sinto falta de ver você com a Vó. Sinta falta de você me provocando, dizendo que a vó tinha feito carne só pra mim. Você nunca se acostumou com meu vegetarianismo mesmo, né?! Eu sei...


Sinto tanta a sua falta. O tempo todo. Essa casa é você. E ela está tão triste. Pode deixar que eu estou cuidando da Vó, ta? Eu sei que você fazia qualquer coisa por ela. Eu não vou deixar ela sozinha. Lembra do que a gente conversou esses dias na hora do jantar? Que você disse que confiava em mim de olhos fechados pra cuidar da Vó? Parecia que você tava adivinhando o que ia acontecer. Credo! :( Então, é verdade. E eu vou honrar isso. Vou cuidar dela mais do que a mim mesma. Ela sente muito a sua falta também. Obrigada por tudo o que você fez por mim e por ela, durante todos esses anos. Não sei de onde eu estou tirando toda essa força. Mas nós vamos conseguir! :) E me desculpa por nunca ter dito o que eu deveria ter dito enquanto você estava aqui: Eu te amo.